19 de Abril: Brasil celebra Dia dos Povos Indígenas
A comemoração foi criada em 1943, por meio de um decreto do governo de Getúlio Vargas
No dia 19 de abril é celebrado o “O Dia dos Povos Indígenas” no Brasil. A comemoração foi criada, em 1943, por meio de um decreto do governo de Getúlio Vargas.
Sua criação foi resultado de uma orientação realizada no Congresso Indigenista Interamericano. Originalmente, chamava-se Dia do Índio, nome alterado para Dia dos Povos Indígenas, em 2022.
Essa data merece uma atenção especial no Litoral do Paraná, pois até hoje somos marcados pela forte influência dos índios em nossas raízes culturais.
A região da Ilha da Cotinga, por exemplo, foi homologada como terra indígena em 1993 e abriga indígenas Guarani Mbya na aldeia Pindoty. Mais recentemente, em 2018, a aldeia Tekoá Takuaty foi fundada, também na Ilha da Cotinga.
As duas comunidades indígenas se sustentam através da venda de artesanatos em Paranaguá. Durante muito tempo, sobreviveram da pesca e do cultivo de produtos como milho, batata doce, amendoim e outros, mas conforme o tempo passou, diminuíram as áreas de cultivo e a fertilidade do solo. Por isso, o consumo de alimentos industrializados tem aumentado consideravelmente especialmente entre a população mais jovem.
Para conhecermos um pouco mais sobre a influência indígena em nossa região e entendermos como é o modo de vida desta população nos dias atuais, conversamos com Almir Silvério da Silva, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá (IHGP). Confira!
Nossos Índios
A etnia predominante no Litoral do Paraná é a Guarani Mbya. Atualmente, existem 7 aldeias indígenas no Litoral do Paraná, nos municípios de Morretes, Antonina, Guaraqueçaba, Pontal do Paraná e Paranaguá.
A região da Ilha da Cotinga foi homologada como terra indígena em 1993 e abriga indígenas Guarani Mbya, na aldeia Pindoty (Cacique Dionisio) e mais recentemente, foi criada em 2018, a Aldeia Tekoa Takuaty (Aldeia das Taquaras), Cacique Juliana Kerexu.
A Aldeia Kuaray situa-se próximo da divisa dos municípios de Antonina com Guaraqueçaba (Cacique Rivelino).
Às margens do rio Guaraguaçu fica a aldeia Karaguata Poty, também conhecida como Sambaqui (Cacique Florinda).
Já a Aldeia Guavirá Ty, está situada em Pontal do Paraná próximo ao Balneario Shagri-lá (Cacique Paulo Ferreira).
A Aldeia Indígena Tupã Nhe’é, fica localizada dentro do Parque Nacional da Guaricana, em território morretense (Cacique Andreia).
A Aldeia (Tekoá) Karugwá fica em Antonina, sendo comandada pelo Cacique (Awa) e Piradju (Marcílio Marcolino).
Modo de vida
As comunidades indígenas têm como base de renda a venda de artesanatos. Embora possuam a tradição da caça, da pesca e da agricultura, como o cultivo do milho, da mandioca, feijão, amendoim e batata doce, atividades que passaram de geração a geração, a cada ano, as áreas de plantio têm diminuído, pois além dos espaços destinados às plantações serem reduzidos, o solo tem baixa fertilidade.
Na maioria das aldeias, as crianças recebem educação plural (aprendem a língua portuguesa e a de sua origem). Esse trabalho é realizado pelo município e pelo Estado, mantendo assim a essência da sua cultura, da sua língua e dos seus costumes.
Alguns indígenas atuam como educadores nas aldeias onde há escolas, outros, são inseridos em programas do governo ou de empresas, como monitores de projetos.
Índios e a Nossa Colonização
A cultura indígena faz parte da construção da identidade nacional brasileira. Ela está presente na dança, nas festas populares, na culinária e, principalmente, na língua portuguesa falada aqui, a qual, foi fruto do processo de aculturação envolvendo a miscigenação entre os povos indígenas, negros e europeus.
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